Quando eu estava no ensino médio, me preparando para o vestibular, li o texto que um amigo escreveu e resolvi guardar para mostrar às minhas filhas quando chegasse o momento delas. E este momento chegou…
Esse é um texto que todos os jovens do ensino médio deveriam ler. Boa sorte!
“ Alguém disse certa vez que um vestibulando se assemelha bastante a um presidiário, encerrado dentro de si mesmo, preso por suas expectativas e pelas cobranças da sociedade. Contudo ao se analisar mais profundamente a questão, conclui-se que é durante o terceiro ano que o indivíduo trava o primeiro contato com a realidade que o cerca, se posicionando diante dela, começando a aprender a ser livre; não daquela maneira simples e irresponsável com a qual estávamos acostumados, mas sim algo maior, mais consciente, mais nobre.
Por ser um ano decisivo e definitivo, o terceiro ano traz consigo uma carga emocional muito grande e é a partir dela que se caracteriza o vestibulando. Este indivíduo é geralmente (ou se comporta como) neurótico, sendo capaz de em poucos minutos passar de uma efusiva alegria ao mais completo estado de desânimo e vice-versa, bastando para isso constatar se a resposta do exercício de matemática está certa ou não.
Durante o terceiro ano, o aluno é submetido a três tipos básicos de estado de espírito, são eles: 1) de abril a maio; à disposição é a tônica do período, não se medem sacrifícios, quanto mais assuntos para estudar melhor, nada parece ser suficientemente forte para cansar ou desanimar o aluno, sua fé no ingresso na faculdade é inabalável. É o melhor momento para que o professor conte piadas ou encerre a aula mais cedo. Se por acaso o mestre faltar ao trabalho é ovacionado com entusiasmo e recebe honra de chefe de estado; 2) de julho a setembro: aparecem os primeiros sinais de cansaço, ir para aula é um sacrifício insuportável, a preguiça já domina o aluno e com ela o desejo de que o vestibular comece logo. São comuns os comentários do tipo: “… perdendo ou passando que venha e acabe com essa chatice de estudar todo dia”; em outubro não há tempo propício para se pensar em qualquer coisa; 3) de novembro a dezembro: aparece o medo. Da fé e da auto-confiança do início do ano não se percebem nem vestígios, cada minuto da aula torna-se precioso. Os alunos que, durante o ano, não estudaram arrependem-se, deixam de frequentar as aulas e passam a estudar em casa em tempo integral (inclusive à noite). Na sala, ninguém se atreve a conversar, as brincadeiras do início do ano são banidas, afinal interrupções atrapalhariam a aula, o programa poderia atrasar, não daria tempo de estudar tudo para o vestibular e isso é pior do que a morte para um vestibulando. É recomendável aos professores que evitem encerrar as aulas mais cedo ou pior, que faltem ao trabalho, sob pena de serem “processados”, proliferam comentários do tipo: “… se eu perder eu juro que mato este infeliz!” A partir deste estágio, a neurose atinge o grau máximo e os “bate-papos” só giram em torno do seguinte: “ontem só consegui estudar até às 2 da madrugada, se eu não deixar de ser preguiçoso vou terminar perdendo o vestibular!”, um outro sugere: “… tem gente (ele próprio já o fez, mas um vestibulando que se preza nunca assume a sua neurose) que toma café com coca-cola e fica acordado a noite inteira, dizem que é até gostoso!” Criam-se ditados que são encarados como verdades absolutas, tais como:”o melhor dia para se estudar é um domingo de manhã ensolarada, pois os concorrentes estão na praia”, ou pior:”a melhor maneira de se decorar uma apostila de história é lê-la em voz alta em um ônibus lotado, chamando a atenção do maior número de pessoas possível, pois a única solução para não morrer de vergonha é se concentrar totalmente na leitura “.
O tempo passa e chega o grande momento. No local das provas o vestibulando se depara com uma multidão dê concorrentes, todos com o mesmo sonho e pensa: “por que minha alegria deve ser conseguida à custa da tristeza de tantos? Por que nem todos (e talvez até eu) não terão direito de concretizar seus sonhos?”, está aí a principal consequência do terceiro ano: o amadurecimento obtido através do primeiro contato efetivo com a realidade, tem-se noção da responsabilidade que recebemos, mesmo antes de saber o resultado, compreendemos a nossa missão e nos sentimos responsáveis e obrigados a cumprí-la.
Sérgio Oliveira (vestibulando de 1989 e aprovado na UFBA em Medicina)
Bjs
Nanda
Sou fanática em aprender a falar diferentes línguas. Desde pequena busco aprender e me aperfeiçoar no aprendizado do português, inglês, espanhol e francês. Até entendo um pouco do italiano. Acho o máximo viajar pelo mundo e poder me comunicar com a língua local sem maiores dificuldades.
“Português bem dizido, não se correje!”
Quando o final do ano escolar chega, muitos alunos entram em desespero. É aquela fase do tudo ou nada, precisam de notas altas nas provas finais e não sabem se vão conseguir.
Quando estamos na idade escolar, achamos a nossa vida chata, cheia de regras e responsabilidades. São muitas provas, trabalhos e apresentações para se dar conta e, quando essa fase acaba, sentimos saudades.
Não nego que sempre fui dedicada ao estudo das línguas. Inglês, francês, espanhol e, claro, português são os meus amores.
Vai chegando o final do ano e, apesar do cansaço acumulado, os compromissos escolares triplicam. Os alunos precisam se virar nos trinta para cumprirem tudo e ainda tirarem boas notas nas provas.

