O termo cancelamento está sendo muito usado quando julgamos uma pessoa pelos seus atos, discordamos e expomos a nossa posição contrária, em forma de crítica. Muitos fazem o mesmo é isso vira uma bola de neve.
Então eu me pergunto: como podemos julgar alguém sem conhecermos todos os fatos e todos os lados da questão? Não estamos sendo presunçosos em acreditar que somos soberanos no pensar?
Se a sociedade voltasse a se importar com as coisas realmente importantes, viveríamos mais felizes e autênticos. Não acham?
Sou adepta do não cancelamento de alguém até que o fato seja provado, até que a pessoa tenha se explicado e a certeza do julgamento seja confirmada. Além do mais, quem sou eu para cancelar alguém?
Oito de abril de um dia atribulado que inicia com a rotina perseverante que me impus em tempos de pandemia. Acordar, agradecer, me preparar para o dia de trabalho (agradecer especialmente por isso) e seguir na atualização nauseante, mas necessária do noticiário.
As notícias, atualmente, nascem, ora veja, sob o signo da morte. Morte de ídolos, amigos, parentes, todos seres humanos como eu, como nós, e morte dos ditos ceenepejotas. A quem fica, a diária missão de proteger a si e aos nossos, superar-se, reinventar-se e perseverar, características próprias da vida.
Nessa rotina de resistir, perseverar e tentar seguir com os afazeres, varro os olhos nos grupos profissionais das redes sociais e me deparo com um corpo inerte despencando do alto do mais importante cartão postal da cidade. Assim, sem filtro e sem censura.
Golpe seco e covarde na alma, às 11h da manhã de uma 5ª feira, 08 de abril. Choque, terror, lamento e revolta.
Precisamos disso para ficarmos piores do que já estamos? Até onde pode descer o discernimento humano ao postar algo assim pelo simples fato de tê-lo recebido? Onde estão nossos escrúpulos? Nossos brios? Nosso respeito por aquele ser humano que seguramente tem uma família, uma mãe, um pai, filhos, talvez…? Será que na bem abastada, bem nutrida e escolarizada mente de quem postou essa imagem sem qualquer pudor, não pesa o respeito e o decoro por outro ser humano?
Ciente que o resto do meu próprio dia já está condenado, lamento notar que a morte em si, que há meses, tanto avassala nosso dia-a-dia e nossos laços afetivos, seja ostentada dessa forma. A vida em vão, que em desespero despencou Elevador Lacerda abaixo, é a mesma de quem pede emprego, comida, casa, ajuda ou se preferir, auxílio digno, chance de estudo e igualdade de condições há gerações.
Quem resume essa tragédia a uma postagem impactante e lacradora, não percebe que a dignidade daquele ser humano já morreu há muito mais tempo, sem posses, sem nutrição, sem escolaridade, sem oportunidades, sem perspectivas, sem esperança e sem que ninguém ostentasse também isso nas redes sociais.
A vida em vão, além da que se soltou da Cidade Alta, é também a de quem vive, vê, ouve e nega esses gatilhos. Vive também em vão quem não sente e não se ressente com esses sinais. Quem não tem empatia pelo sofrimento do outro antes mesmo do desespero do suicídio. A morte, para essas pessoas, não quer dizer nada. Talvez porque elas já estejam mortas há muito tempo. Talvez desde que nasceram. Essa vida sim, é a mais ordinária e deplorável vida em vão.
Assistir ao documentário “O dilema das redes” foi muito esclarecedor é complicado, ao mesmo tempo. Quem imaginava que tudo funciona de uma maneira diferente da que nós imaginamos?
Achamos que a navegação na internet é um processo inteiramente calculado por nossa vontade mas, somos totalmente manipulados. Todos os nossos passos são rastreados e guiados. Eles sabem mais sobre nós do que nosso próprio conhecimento.
Precisamos encontrar o equilíbrio entre o mundo real e o mundo virtual para que possamos ter o domínio da influência da rede nas nossas vidas. Como conseguiremos essa proeza? Não sei. Mas, precisamos tentar. E assistam o documentário “O dilema das redes” na Netflix.
Ainda lembro do tempo que dependíamos das indicações das pessoas, no velho sistema boca a boca, para escolher hotéis e restaurantes. Essas informações eram muito preciosas quando íamos viajar.
Hoje, a história é bem diferente. Se buscamos um hotel, os diversos aplicativos nos oferecem milhões de opções para todos os gostos. Podemos ver fotos, dimensões dos quartos, mapas e, principalmente, os comentários dos viajantes sobre a qualidade dele.
Quando estamos em um local diferente basta acessarmos o TripAdvisor e temos todas as informações que precisamos sobre passeios, atrações, hotéis e restaurantes. Da mesma forma podemos ver fotos dos pratos, ambiente, quantidade de avaliadores e comentários sobre a qualidade do serviço do restaurante.
A vida hoje é bem mais fácil e nos permite a tomada de decisão de uma forma muito mais rápida e segura.
Estava conversando com minha filha sobre o aplicativo Snapchat e posso garantir que fiquei surpresa com a velocidade de informação que esses adolescentes postam na internet.
Fizemos uma conta rápida e descobrimos que ela publicou 280.000 Snaps durante este ano. E olha que ainda falta um mês para o ano terminar.
Seguindo as estatísticas, foram mais de 25 mil snaps por mês e, uma média de 850 snaps por dia. Se aprofundarmos a análise, isso dá mais de 35 snaps por hora.
Eu quase pulei de susto!!!!!!
Perguntei que horas ela dormia, assistia aulas e estudava se todo o seu tempo era destinado a fabricar esses vídeos malucos. Não obtive nenhuma resposta satisfatória!
Por que será que esses adolescentes desperdiçam o tempo em tanta bobagem? Como consegue preparar tantos vídeos se ela passa a manhã inteira assistindo aula sem ligar o celular e dorme durante a noite? Ou será que não dorme e nem assiste aula?
Rodei a baiana, baixei um santo, tive um “piripac” e determinei que no próximo ano tudo será diferente.
É claro que as pessoas são livres para expressarem seus sentimentos. Ainda bem que não vivemos mais em uma ditadura.
Mas, se tivéssemos o cuidado de nos colocarmos no lugar da outra pessoa, as nossas palavras e publicações seriam menos agressivas.
Vejo as pessoas escreverem o que querem e o que pensam sem lembrar que existe alguém com sentimentos do outro lado da rede que vai receber aquelas palavras. Uma pessoa com família, pais e filhos. Uma pessoa que, por mais errada que seja ou esteja, não merece ser ferida de qualquer forma ou ter sua família exposta a situações vergonhosas.
Sempre penso que cuidar de minha vida é a melhor opção e deixar os outros cuidarem de si mesmos. A liberdade de expressão não nos permite magoar o próximo sem limites.
Hoje em dia não adianta só estudar o português, inglês e algumas outras línguas, como espanhol, francês, italiano e até, mandarim. Entender e utilizar bem o internetês faz parte do cotidiano das pessoas antenadas e ligadas nas redes sociais.
Listei algumas abreviações usadas na net, afinal de contas, não podemos ficar desatualizados nessa vida.
MDS – Meu Deus
FT – Foto
Tome assento – Registre
Tlg – tá ligado?
Pvf – por favor
Aham – sim
Tmj – tamo junto
Blz – Beleza
BFF – best friends forever
Xoxo – beijos e abraços
Ily – I love you
N – no
Y – yes
Tb – também
Kd – cadê
Vc – você
Se liguem e passem a utilizar essas letrinhas também, viu?!
Os cantores e atores sempre foram os ídolos das meninas. Mas, atualmente, este assunto não é tão unânime assim. Novos ídolos surgiram e, ainda surgem a cada momento.
Os YouTubers são as estrelas do momento. Simmmmm!!!!! Para você que não tem ideia do que seja isso, acho melhor se atualizar pelo Google…
Alguns chegam a ter 4 milhões de seguidores nos seus canais e mais de um bilhão de visualizações nos seus vídeos. Será que isso é pouca coisa???? Faturam mais de Um milhão de reais em publicidade fazendo o que gostam: jogando vídeo game. E, tem na faixa de 18 a 20 anos.
Estou por dentro dos novos ídolos e já me tornei fã de vários YouTubers por influência da minha filha caçula. Agora, sigo em busca de um livro autografado para presentear a minha pequena aniversariante e fã número 1 do mais famoso YouTuber do momento: Rezendeevil!
Fico enlouquecida com a velocidade tecnológica da minha filha caçula. Como mãe tenho que acompanhar todas as atividades dela na internet para orientá-la quanto aos perigos do mundo virtual.
Porém, confesso que fico meio atordoada com a quantidade de redes sociais e de possibilidades que a World Wide Web nos proporciona. São inúmeros jogos online, chats, vídeos interativos, meios de comunicação que, confesso… Não dou conta!!!!
Ela já possui acesso a uma lista de aplicativos e redes sociais mas, o vício pelo Minecraft e The Sims é enorme. Esses jovens YouTubers são verdadeiros ídolos que desvendam os segredos desses jogos para o mundo. A paixão pelos jogos e vídeos é tão grande que ela diz que será uma YouTuber assim que eu liberá-la para ter um Canal no YouTube. Socorro!!!!
De tanto eu assistir junto com ela já estou fã do Casal de Nerds, do Authentic, do Rezende e do Venom Extreme também.
Vivemos em um mundo totalmente tecnológico. Tudo o que pensamos em fazer está a um clique das nossas mãos. Usamos a internet para o estudo, para o trabalho, para os arquivos pessoais, finanças, utilidades da casa, compras, música, filmes, jogos e os mais diversos tipos de lazer.
As crianças aprendem a mexer nos aparelhos de celular e tablets antes mesmo de aprenderem a falar. Esse tipo de entretenimento passou a fazer parte do dia a dia das famílias e a salvação de muitos pais para deixarem seus filhos bem quietinhos.
Engraçado foi ouvir de minhas filhas que não entendia como eu tinha sobrevivido a uma infância sem internet. Não sabem elas como era gostoso gastar o tempo em brincadeiras muito mais divertidas.