Desde pequena era uma verdadeira carnavalesca. Bastava ouvir uma música animada e já saía dançando por aí.
E hoje, ando fugindo do carnaval. Basta uma oportunidade e saio voando pelo mundo e ficando bem longe da folia.
Até que é bom estar à parte da folia, junto com a família e curtindo outras opções. Sair do circuito e do calor da cidade faz bem pro corpo e para a alma. Afinal de contas, o carnaval já não é mais o mesmo que antes.
Amo o carnaval. Desde pequena era uma verdadeira foliã. Mas, as prioridades mudam e troco qualquer folia por uma boa viagem ou, até mesmo, uma semaninha de tranquilidade.
Malas prontas, pés na estrada e vou deixar a folia para o próximo ano. Nem o conforto dos camarotes me fizeram mudar de ideia.
Nada de bolhas nos pés, nem de ressaca no dia seguinte. Muito menos atravessar as ruas no meio da multidão. Os sons dos trios ficarão na lembrança e, quem sabe, no próximo carnaval estarei de volta?
Já se foi o tempo das marchinhas,do frevo, do axé. E 2023, o tempo é de que?????
“Vem deslizando (vai) Que eu ‘to gostando (vem) Ela me pede (mais) Não para não (meu bem) E vem sentando gostosinho pro pai E vem jogando de ladinho, neném”
“Mas eu gosto assim Ela não me ama, mas eu gosto assim A gente se pega sem se apegar A gente usa a cama só pra se usar, Sem amar”
“O sol tem cara de farol Farol, farol De mar de amor, paixão luau, luau, luau E você que é meu amor, amor, amor Tem cara de carnaval”
“Solteira, não Alegre! Se tem birita, a gente bebe To com as amigas Só as gostosas As experientes e perigosas… Papá parará Papá pararáTem gente que senta pra beber Aqui nós bebe pra sentar”
Quem brincou, se acabou na avenida, quem foi o rei do camarote, não deve nem estar se aguentando em pé.
O resultado é que a voz já foi embora, a imunidade já baixou e a gripe já está batendo à porta. Os calos nos pés impedem qualquer sapato.
As olheiras já tomaram conta e o aspecto é de alguem viciado em drogas!
Quem preferiu ir descansar na praia, tomou todas e comeu todos os petiscos do mundo. A balança não quer nem te ver por perto pois engordou tanto que nem cabe nas roupas.
A cachaça com os amigos levou embora a dignidade e a ressaca chegou para ficar.
Aqueles que preferiram viajar e fizeram a volta ao mundo em sete dias, estão mais mortos do que vivos e precisando de novas férias.
Queriam aproveitar cada atração dos países que visitou e acharam que estavam em férias. Mal sabiam que estavam no meio de uma maratona. Agora só pensam em descansar.
“Ah, que bom você chegou Bem-vindo a Salvador Coração do Brasil (do Brasil) Vem, você vai conhecer A cidade de luz e prazer Correndo atrás do trio Vai compreender que a baiano é: Um povo a mais de mil Ele tem Deus no seu coração E o Diabo no quadril We are Carnaval We are folia We are the world of Carnaval We are Bahia”
Desde pequena sou uma carnavalesca nata. Adoro a folia e o clima de carnaval. Mas, já são dois anos de pandemia e nada de carnaval.
Já não se usa mais os confetes e serpentinas, muito menos a lança perfume. Há muito tempo deixou de existir a mortalha, fardamento exigido nos blocos de carnaval, e a sensação boa de seguir atrás de um trio elétrico.
Enquanto ficamos sem o nosso carnaval, vamos seguir com o verão e rezar para o a pandemia acabe logo!
É a primeira vez, desde que eu me entendo por gente que não terá carnaval. Está tudo muito estranho, tivemos um ano difícil, temos um futuro ainda incerto… E a certeza de hoje é que não teremos carnaval!
“Vivo em uma cidade cheia de ritmo”, “atrás do trio elétrico só não vai quem já morreu”, e esse ano, a música calou, as ruas estão desertas e a multidão ficou em casa.
Dizem que é importante darmos um passo atrás para seguirmos adiante. A pandemia nos fez recuar, viver um momento introspectivo, isolado do mundo, recluso de todas as festividades.
Vai passar…. No próximo carnaval teremos animação em dobro!