Tag Archives: opostos

Mais explicações sobre “Os opostos se atraem?????”

13 mar

Fiquei lisonjeada com uma explicação tão “magnífica” sobre o tema de um queridíssimo leitor do meu blog que não resisti. Pedi autorização para publicar o seu comentário e espero que seja interessante para vocês!

 

A “harmonia dos contrários” é estudada há milhares de anos, em diferentes partes do mundo. Ou seja, não é assunto muito novo. No Oriente, foi descrita pelos taoístas, os quais sintetizaram a representação desta teoria no famoso símbolo do “yin-yang”. Já no Ocidente, esta descrição foi feita pelo filósofo grego Heráclito, que nomeou a teoria dos opostos de “enantiodromia”, conceito que, por sua vez, embasa grande parte da teoria do renomado discípulo de Freud, o psiquiatra suíço Carl Gustav Jung.

Um dos pontos importantes a serem pontuados sobre a teoria dos opostos é o fato de que o “yin” e o “yang” não são necessariamente “forças (ou qualidades) opostas”, e, sim, “opostos complementares”, por exemplo: feminino x masculino, introversão x extroversão, oculto x manifesto, dia x noite. Estes opostos complementares interagem com o todo maior (a vida, o mundo, o universo), fazendo parte de um sistema dinâmico. Tudo o que existe no Tao (o Todo) tem aspectos yin (feminino) e yang (masculino). A luz, por exemplo, não existe sem a escuridão, e vice-versa.


 As forças e qualidades supostamente “opostas” são interconectadas e interdependentes no mundo natural, e dão origem uma à outra. Sendo assim, os opostos existem apenas EM RELAÇÃO [grifo meu] um ao outro (WIKIPÉDIA, 2012). Além do que já foi exposto, Jung afirma que todo homem carrega em si uma parte feminina (anima), e, toda mulher carrega em si uma parte masculina (animus). Não é tão reducionista e cartesiano assim, mas, a título de simplificação, resumi desta maneira. O homem desenvolve a sua parte feminina no contato com as mulheres que passam pela sua vida. O mesmo ocorre, inversamente, com as mulheres, as quais desenvolvem a sua parte masculina ao entrarem em contato com os homens. Ao entrar em contato com a parte “oposta”, tanto o homem quanto a mulher se desenvolvem e passam a se conhecer melhor como seres humanos, que é o ponto em comum que os une.

É importante salientar que, apesar de a teoria dos opostos vislumbrar a existência de opostos complementares em tudo o que existe no universo, existe uma terceira “força”, “condição” ou “estado” que é justamente o equilíbrio gerado pela tensão destes opostos. Por exemplo, usando o mesmo exemplo do parágrafo anterior, um homem e uma mulher, juntos, formam um “terceiro” ente, chamado de “relação”. Ou ainda: o homem é masculino (yang), a mulher é feminino (yin), mas ambos são “humanos” (yin-yang). Este terceiro é responsável pela transcendência, que traduz-se no estado de equilíbrio. Lembremos, também, da importância de não ficarmos presos à dualidade reducionista dos opostos, pois, por exemplo, a percepção de que é “dia”, ou “noite”, só ocorre quando estamos num determinado ponto do planeta, num dado momento. A verdade fatual e real transcende a percepção circunstancial de ser dia ou noite, haja vista que, para um observador fora da Terra, é dia e noite o tempo todo, ou seja, não há esta distinção. Basta passar alguns dias nas estações espaciais a fim de verificar este fenômeno.

Sei que me animei com a teoria e me estendi além da conta para falar sobre o tema. Portanto, tentarei me redimir fazendo um pequeno resumo de tudo: o que Nanda comenta no texto do blog tem procedência e sintonia com o que os antigos falam há milhares de anos, isto é: convivemos melhor e nos atraímos para aquelas pessoas com as quais temos afinidades. Contudo, algumas diferenças (de gostos, valores, etc.) que ocorrem entre os membros de um casal podem ser justamente estes “opostos complementares”. As diferenças podem parecer “contrários”, mas na verdade podem complementar o casal e ajudá-los a crescer, ou seja, a atingir um “todo maior”, conforme propõe a teoria taoísta.

Comentário ao meu post de 07/03/2012 – Os opostos se atraem????? escrito pelo Psicólogo Gustavo Manoel. 

Muita explicação que nos fazem refletir se realmente nos atraímos por nossos opostos, complementos ou espelhos!!!!!!

Bjs

Nanda